quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Amor - O que fazer quando ele acaba?


Primeiro começo dizendo que se acabou é porque não era amor. Nós temos a mania de achar que toda paixonite aguda é amor. E quem acha muito, acaba não achando nada, essa é que é a verdade. Atualmente virou moda trocar de amor, de amores, etc. As redes sociais provam o que estou dizendo. É um tal de amor baseado na velocidade da luz. Amo hoje, amanhã não amo mais. Choro um pouco hoje, mas amanhã já estou postando fotos com o meu "novo amor". E como diz aquela música de uma banda de forró famosa, "pintei meu cabelo e me valorizei e é por isso que estou lhe mostrando o meu novo namorado". Será? O amor é elo que não se quebra!

O que acontece é que as pessoas estão se perdendo quando a questão é amar. Ainda penso como a minoria de alguns poetas de que o amor verdadeiro, ele só acontece uma vez na vida, e basta. Amor de verdade não acontece a toda hora, a todo instante. Me arrisco a ir mais longe, e nem se dá entre mais de uma pessoa quando se refere a um relacionamento a dois. O amor é uma soma de dois, e não de três, quatro, etc. Isso aí é o que os moderninhos andam chamando de poliamor; ou seja, ama todo mundo e não ama ninguém. Para ser sincera, essa palavra "poliamor", é horrível quando usada nesse sentido de ter mais de um parceiro (a). Poliamor no meu conceito, é o amor que só tenho por filhos, irmãos, pais, família e etc.

Acredito que todo amor verdadeiro é mágico, é único e acima de tudo, insubstituível. Quando o amor é de verdade não tem sentido querer pertencer a outro alguém, porque você olha no fundo dos olhos da pessoa e sabe que é ela. E isso é muito especial. Seu coração a reconhece de imediato. Eu já ouvi muitos homens, mulheres também, falarem que amavam duas pessoas ao mesmo tempo. Não acredito! Digo mais, isso não é, e nunca foi amor! Pode ser desejo, atração, paixão ou qualquer outro nome que se queira dar, menos amor. Amar alguém de verdade é não querer pertencer a mais ninguém. E não desejar outros toques, outros beijos. É um amor capaz de durar até mesmo além da morte, pois como já dizia Augusto Blanco: "Amor de verdade só acontece uma vez na vida e se eterniza no tempo". É sentimento que se transforma em esperança para suportar os dias difíceis.

O amor verdadeiro jamais será leviano, porque quem o tem verdadeiramente já está completo, não procura complemento por aí. Amar verdadeiramente é convicção, é, apesar das lutas, problemas, querer estar no mesmo lugar e com a mesma pessoa, por querer, e não por opção; e não desejar  querer estar com nenhum outro alguém ou em qualquer outro lugar nesse mundo que não seja exatamente aquele. E quando já, bem velhinhos, ainda terão os mesmos sonhos, as mesmas palavras de conforto um para com o outro, a mesma dedicação e cuidado, e o mais importante, terão um "Eu Te Amo" nos lábios todos os dias. Terão um afago pros dias difíceis, um ombro pra repousar, braços para amar quando as palavras não forem suficientes.

A palavra amor é sagrada, tão sagrada quanto o sentimento. Atualmente está marginalizada, banalizada. Todo o mundo chamando todo o "mundo de amor", de mô, de meu amor, etc. Quem dera fosse realmente amor. Só assim estaríamos livres de tantos divórcios. As pessoas acostumaram-se a viver de aparências porque é assim que a nossa sociedade vive, e temos que seguir um padrão. Que padrão? Será que abrir mão de alguém, a qual se deseja profundamente e por ela esperou uma vida inteira, para viver de aparência com outra, é felicidade? Eu me arrisco a responder que não, e a isso dou outro nome: hipocrisia.

Nós somos seres hipócritas. Por que? Porque fomos ensinados por essa sociedade medíocre que devemos viver na banalidade das coisas. Fomos ensinados a não lutar por aquilo que o nosso coração deseja porque temos que agradar família, filhos, amigos, etc. Fomos ensinados a ter uma morte em vida. Fomos ensinados que devemos mostrar para a sociedade aquilo que não sentimos e nem vivemos. Não amamos as pessoas que queremos, mas sim, aquelas que a sociedadezinha banal, amiguinhos banais, familiares, julgam ser as melhores para nós. E morremos um pouco a cada dia. Somos enterrados em vida todos os dias, porque vivemos com as regras dessa sociedade, mostramos sorrisos lindos e apaixonados e damos abraços apertados, mas por dentro, estamos destruídos. Por dentro, tem um grito sufocado, um amor não vivido, mas que implora para ser libertado.

O grande poeta do amor Vinícius de morais ao escrever Soneto de Fidelidade, um de seus mais famosos poemas e conhecido pelo mundo inteiro, tratou sua grande obra, tal como a sua própria vida, tudo bem banal, ou melhor, uma forma de amor não vivido e sufocado. E isso se traduz em seus versos quando diz: "Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure". Toda paixão é chama, e é infinita até o dia em que não acaba. Vinicius casou-se por nove vezes. Nove casamentos, nove amores infinitos e que foram para o espaço em poucos espaços de tempo. E o homem de tantos amores não foi capaz de encontrá-lo verdadeiramente, e nas suas poesias e canções destilava a sua dor suavemente.

Fico com o meu conceito e com a minha versão de que amor só acontece uma vez na vida, o resto, é mera procura. Tenho ainda a ousadia de contrariar o poeta e dizer que o amor é capaz de ir além da vida e se eterniza no tempo; e que não é infinito enquanto dura, mas posso afirmar, que todo amor verdadeiro dura para sempre! E quando o amor é para sempre, nada ou ninguém, separa, e Deus sempre dá um jeito de colocá-la na nossa direção. Não precisamos seguir setas, só precisamos ouvir a voz do amor clamando em nossos corações. 

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