sábado, 21 de dezembro de 2013

Pólipos uterinos e a histeroscopia cirúrgica – Saiba mais

Mulher depois dos 30


Quando o assunto é saúde não devemos brincar. É importante que toda mulher se cuide em todas as suas fases. A parte ginecológica é tão importante quanto as outras. A maioria das mulheres, em alguma fase da vida, irão desenvolver algumas doenças nessa área, como por exemplo, o aparecimento de miomas, pólipos uterinos, doenças sexualmente transmissíveis, câncer do colo do útero, etc. No entanto, todas com altas chances de cura se diagnosticadas e tratadas a tempo. Os pólipos atingem 88% das mulheres. Como se vê, é um índice alto, mas não há porque se preocupar. Basta cuidar e garantir saúde para levar a vida e os sonhos adiante. Em alguns casos, para que se retire o pólipo, ou pequenos miomas é necessário uma histeroscopia cirúrgica. Para que você, mulher, se mantenha informada, publico aqui um artigo da Doutora Maria Fernanda, que além de útil, é bastante esclarecedor.
Boa leitura queridas amigas


Pólipos – quantos tipos?

Tipos de pólipos

Os pólipos uterinos são crescimentos benignos no tecido que reveste a cavidade uterina, formando uma protuberância na região. Podem também ser encontrados no colo do útero. Os pólipos são geralmente ligados ao útero por uma base, variam de tamanho e, normalmente, não possuem células cancerosas.
Em geral, os pólipos não causam sintomas à paciente, porém em alguns casos a mulher pode apresentar sangramento vaginal fora do período menstrual, após relações sexuais ou fluxo menstrual muito acentuado. Os pólipos uterinos se dividem em dois tipos: os endocervicais e os endometriais.

Pólipos endocervicais e endometriais

Os pólipos endocervicais são pequenas projeções que surgem no canal do colo do útero e causam sangramentos na vagina fora do período menstrual, principalmente após relações sexuais. Geralmente, a possibilidade de que as projeções endocervicais sejam de origem maligna (cancerosas) são pequenas, girando em torno 0,5% . Estes casos são tratados através da histeroscopia.

Os pólipos endometriais - são projeções que aparecem na mucosa do endométrio (interior do útero) e são comuns em mulheres acima dos 40 anos. Eles são os principais responsáveis pelo excesso de sangramento no período menstrual, além de cólicas menstruais fora do período de menstruação. Pacientes que apresentam pólipo endometrial têm um índice de 3% de chance de desenvolver câncer no endométrio. A histeroscopia também é usada para esse tratamento.

A histeroscopia associada ao recurso visual possibilita uma avaliação precisa do canal cervical e da cavidade uterina. Observa-se onde estão alojados os pólipos e o médico especialista os remove da mucosa através de pequenas incisões.
É fundamental realizar exames ginecológicos com frequência para se diagnosticar esse tipo de problema o quanto antes, possibilitando uma recuperação tranquila e sem maiores transtornos à saúde da paciente.


Vídeo-histeroscopia é uma endoscopia do útero. É um procedimento usado para examinar o útero por dentro e realizar cirurgias dentro dele, através da vagina. O interior do útero é como uma bola de aniversário vazia. Se eu colocar um canudinho dentro dela não vou enxergar nada, mas se eu encher a bola de gás ou de soro fisiológico e colocar uma câmera na ponta do canudinho e iluminar com uma lâmpada eu consigo visualizar todo o interior desta bola, certo? Isso é a histeroscopia. Através de um aparelho fino e comprido contendo uma microcâmera, fonte de luz, entrada para o meio distensor (gás ou soro fisiológico) e entrada para pinça auxiliar (tesoura ou  biópsia, por exemplo) eu consigo examinar o interior do útero e realizar biópsias e pequenas cirurgias. Toda a imagem captada por este aparelho aparece num monitor e pode ser gravada e fotografada em tempo real. 

Existem três diferentes tipos de histeroscopia. Até médicos que não são especialistas se confundem, claro, e vocês verão o motivo.

1.Vídeo-histeroscopia diagnóstica (exame, em ambiente ambulatorial, quando não é necessário fazer biópsia)
2. Vídeo-histeroscopia cirúrgica para biópsia dirigida ou lise de sinéquias (também é um exame, realizado em ambiente ambulatorial ou hospitalar, com ou sem anestesia. Também pode retirar pequenos pólipos, sinéquias, retirar de corpo estranho, reposicionar DIU)
3.Vídeo-histeroscopia com ressectoscópio (é a cirurgia propriamente dita, em ambiente hospitalar, necessariamente com anestesia)

Há muitas indicações para se realizar a histeroscopia:

Sangramento uterino anormal
Dor pélvica
Corrimento vaginal persistente
Pesquisa de infertilidade
Sangramento pós-menopausa
Auxílio na inserção de DIU e reposicionamento de DIU
Retirada de corpo estranho intra-uterino
Suspeita de incompetência istmo-cervical
Diagnóstico e Acompanhamento de doença trofoblástica gestacional
Laqueadura tubárea sem cirurgia
Pesquisa de alterações na ultrassonografia pélvica, exemplo:
Espessamento endometrial
Suspeita de malformação uterina
Suspeita de pólipos, miomas submucosos, líquido endometrial, cistos ou vesículas endometriais
Deve ser realizado após curetagem por aborto, para prevenir e, até mesmo retirar eventuais sinéquias
Auxilio nos quadros de restos ovulares persistentes

A histeroscopia é mais precisa que a ultrassonografia e os demais exames de imagem porque ela tem a visão direta do interior do útero e do colo. Deste modo ela vê detalhes que os exames de imagem podem não ver.
Por isso é comum indicarmos a histeroscopia quando a paciente tem uma queixa, mesmo que a ultrassonografia seja normal. 

Aparelho Histeroscópio


Este exame tem cerca de 5 minutos de duração. A maioria é feita sem anestesia, em consultório. É difícil prever quem vai sentir dor, se a dor será suportável ou não. O fato é que a maioria das mulheres faz o exame sem anestesia e algumas se queixam de um pouco de cólica durante o exame ou sentem incômodo no momento em que o aparelho está passando do canal do colo para o interior do útero, devido a uma "portinha" que temos alí, o orifício interno, que pode estar muito fechada (estenosada), totalmente aberta (incompetente, nesse caso não dói nada) ou o que consideramos normal (competente) e o incômodo é passageiro e suportável. Às vezes eu acho que a paciente vai sentir dor e não sente, e às vezes eu penso que não vai sentir e sente. Porém nos casos em que a paciente está realizando o exame e sente dor que impede continuar o exame, é possível agendar para fazer o exame em centro cirúrgico, sobre anestesia. Há também casos em que a paciente prefere já fazer com anestesia no hospital.


Falando agora das possibilidades cirúrgicas, a histeroscopia também consegue realizar retiradas de pólipos, de miomas, retirar o endométrio ou parte dele (no tratamento de menstruações intensas, sangramentos uterinos por disfunção ovariana), corrigir septos intra-uterinos, etc. A técnica é parecida com a histeroscopia exame, mas o aparelho introduzido na cavidade uterina tem calibre maior e por dentro dele passa uma alça que, através de energia, corta e cauteriza o problema a ser tratado. É impossível um mioma com mais de 1cm sair inteiro pelo colo, por isso, essa alça vai fatiando o mioma em pedacinhos menores e os retirando de lá, ao mesmo tempo que cauteriza os vasos para parar o sangramento provocado pelo corte.


Este tipo de cirurgia é considerada minimamente invasiva, não apresenta cicatrizes, não leva ponto, a pessoa permanece internada apenas por algumas horas e em até 1 semana retorna às suas atividades normais. Eu falei um pouco dela no post sobre Miomas, pois os miomas submucosos, mesmo com componentes intramurais podem ser retirados através desta técnica.


Como qualquer procedimento cirúrgico, este também pode ter riscos de complicações. Mas devido ao avanço dos materiais utilizados, à experiência do cirurgião, habilidade e respeito aos seus limites, as complicações são bastante, bastante, bastante raras. Pode haver perfuração uterina com ou sem lesão de órgãos vizinhos, infecções, hemorragias, complicações anestésicas e um evento especial chamado Intravazamento (quando a solução usada para distender a cavidade passa para dentro dos vasos sanguíneos em quantidade suficiente para provocar alterações cardíacas, pulmonares ou cerebrais). Mesmo passível de complicações, a cirurgia histeroscópica é mais segura e vantajosa que cirurgias maiores.



12 comentários:

  1. Deu pra entender melhor sobre o assunto.
    Obrigada

    ResponderExcluir
  2. Deu pra entender melhor sobre o assunto.
    Obrigada

    ResponderExcluir
  3. Tirou todas as minhas dúvidas!

    ResponderExcluir
  4. Posso fazer o procedimento sem levar ultrassonografia previa?

    ResponderExcluir
  5. Com a retirada dos polipos a mulher pode engravidar? Ou necessita fazer tratamento?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pode sim! Após a retirada uma nova ultrassom vaginal será realizada para confirmar se todos eles foram retirados. Uma vez retirados não há problemas com gravidez. Boa sorte. Abraços

      Excluir
  6. Tenho 47 anos(indo para os 48 dia 18/10proximo).Fiz uma HISTEROSCOPIA CIRÚRGICA dia 20/08,pra retirar polipos e um séptico,tenho chance de engravidar ainda naturalmente? Porque provavelmente esse séptico estava impedindo uma gravidez anteriormente.

    ResponderExcluir
  7. Vou fazer minha cirurgia para retirada
    Do polipo, dia 28/09 e minha menstruação sempre começa nos primeiro dia do mês. Ja estou sentindo colicas e meus seios e minha barriga ja estão inchados será que tem algum problema?

    ResponderExcluir
  8. Vou fazer minha cirurgia para retirada
    Do polipo, dia 28/09 e minha menstruação sempre começa nos primeiro dia do mês. Ja estou sentindo colicas e meus seios e minha barriga ja estão inchados será que tem algum problema?

    ResponderExcluir
  9. Bom dia!Há 8 meses fiz uma histeroscopia cirurgica minha recuperação foi boa,m agora me apareceu uma queimacao do lado direito Onde foi realizada a msm na região da cintura indo p costas.Estou preocupada pois estes encomodos aparecem até 2 meses pelo menos esta foi a informação que tive.Alguém saberia me explicar algo.Obrigada!

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...